Nosso amor começou da maneira mais estranha. Logo de cara,
descobri a incompatibilidade entre os nossos signos – e sempre fui muito focada
nessa coisa de signos, constelações e essa viagem cósmica que nos rodeia -. Foi
um susto, afirmo! Mas nunca havia imaginado que o horóscopo estava errado. Pra
começo de história, éramos completas. E isso desviava toda aquela história de
encontrar a metade da laranja, o amor da vida e toda essa baboseira que os
livros inventam pra gente se sentir culpado caso não encontre alguém pra
dividir nossos momentos. Inclusive, tínhamos mais incompatibilidades do que
coisas em comum. Talvez seja isso que nos segure até hoje: o prazer da
descoberta que uma descobre na outra a cada dia que passa. Ela gostava de sair
aos finais de semana e aos domingos namorar, dormir de conchinha, assistir
alguns filmes e dormir no calor dos abraços. Eu preferia ficar em casa durante
o final de semana, reunir alguns amigos, ler alguns livros, assistir alguns
filmes, fazer guerra de pipoca, limpar bigodes de brigadeiro de panela e
namorar todos os dias, dormir de conchinha e no calor dos abraços todos os dias
– é que a gente nunca pode imaginar quanto tempo a gente tem pra ficar abraçado
a quem nos faz tão bem, né? -. Enfim, sempre fui a parte mais melodramática dos
meus relacionamentos. Sempre fui um poço raso de amor, mas quando você chegou
tudo transbordou, assim, de repente... Ao passar dos dias, semanas...
Ela me cativou pelo sorriso.
Eu a cativei pela poesia.
Dois pontos fracos em um só.

Hoje eu só queria te fazer um cafuné e um domingo como você
sempre gostou.
Mas nosso ponto se tornou nó.
Foi tão fácil gostar de você, não sabia que o difícil estava
em tentar te escrever.
Quem sabe a gente se encontre algum dia. Ou talvez nossa
história tenha sido feita para viver na imaginação e não sair de lá.
Que esse vazio passe.
E a gente volte a se transbordar.
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