Não gosto de nada relâmpago.
Relacionamentos relâmpagos, abraços relâmpagos, presenças
relâmpagos, beijos relâmpagos e tudo que se apaga tão rapidamente quanto
começou. Não há imagem que defina as imagens que se apagam em questões de dias,
meses, horas, segundos... me embrulha o estômago essa certeza de te ter hoje e
amanhã ser só mais uma estranha. Não quero deitar na tua cama, ou tocar os teus
lábios se não tens a pretensão de pertencer ao meu outro lado do infinito. Quero
minha casa bagunçada e nossas roupas por aí jogadas, nossa cama bem quente pra
esquentar qualquer friagem que você tenha pegado por causa do tempo. Não quero
mais nada com hora marcada, nem temer que as horas te levem pra bem longe de
mim. Se por acaso vieres, venha pra ficar. Põe logo todas as cartas na mesa e
me ensina mais sobre o teu jogo, porque nunca fui uma boa jogadora e
dificilmente aprendi a perder – apesar de todas as perdas que já passei durante
toda essa vida -. Não quero que finja interesse no que escrevo, nem que
pesquise sobre os meus autores prediletos, não quero que as expectativas do que
“na verdade não é” me rodeiem mais uma vez, não quero que siga nenhum roteiro
dos relacionamentos modernos, porque eles são relâmpagos e se esvaem mais
rapidamente que a bateria do meu celular. Eu sou assim, intensa. E se não for
pra fazer valer cada segundo ao seu lado, não venha; prefiro a minha própria
companhia, regada aos abraços de amigos, vinhos baratos e boas conversas, do
que tudo que se esvai em tampouco tempo, prefiro todos os sorrisos que ainda
posso dar ao ouvir minhas músicas prediletas – é que tenho um monte, e sou
péssima em escolher -, do que o romantismo barato de falsas promessas. Sei que
nem tudo foi feito pra durar, mas caso seja pra vir e ser tão fugaz quanto os
relâmpagos, não venha, não se aproxime. Se
caso decida ficar, te farei café com leite de rosas no café da manhã.
Bom dia!
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