Palavra corrosiva,
que nos destrói aos poucos.
Saudade de receber meus amigos em casa para assistir
alguma comédia bem besta, ou algum filme do Tarantino. Saudade de jogar vídeo
game com meus amigos. Saudade de escrever e/ou receber cartas. Saudade daquele
friozinho na barriga ao esbarrar com aquele alguém. Saudade de beijos sem
despedidas. Saudade de sentir o efeito do afeto adentrando por entre as veias.
Saudade de ter alguém pra segurar a mão e dizer que tudo isso que está
chegando, também irá passar. Saudade das histórias que foram escritas para serem
vividas, mas a maldade do tempo acabou afastando. Saudade de quanto
costumávamos fazer planos. Saudade de sentar numa mesa de bar e ficar rodeada
de amigos conversando, sem interrupção
de celulares e wifi. Saudade de quando a liberdade no -18 tinha mais sentido
que nos dias de hoje. Saudade de quando minha única preocupação era chegar cedo
do colégio para assistir meu desenho favorito. Saudade de quando as pessoas
costumavam acreditar mais umas nas outras. Saudade de quantos todos os meus
amigos moravam um ao lado do outro, ou na mesma rua, ou na mesma cidade. Saudade
de quando a saudade era só saudade, mas era só dobrar a esquina e a gente podia
matar todas elas. A saudade pode ser até bonita em nome, mas costuma esmagar o
peito.
Às vezes, parece que a vida se transforma em uma
rodoviária imensa, repleta de chegadas e partidas, encontros e despedidas; só
não sabemos bem a exatidão das horas para descer da plataforma.
Tornei-me saudade. E a carrego na bagagem.
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